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Emprendedorismo

Minimizar o risco

A maior parte dos investidores caem na ilusão de sonhar, única e exclusivamente, com o retorno dos ativos (inclui o talão do euromilhões).

É legítimo! Contudo, as pessoas esquecem-se que os maiores retornos estão ligados a maiores riscos.

E que a falsa ilusão nunca deu nada a ganhar… Sejamos realistas: investir em certas ações, com pouca categoria, não é igual a investir em títulos públicos (Emissões de títulos | BPstat bportugal.pt) que, apesar de poderem perspetivar igual ou menor retorno ao ano, não têm o mesmo risco.

Porquê esta afirmação se o retorno até poderá ser o mesmo? Porque, os títulos públicos (as obrigações do tesouro são títulos de dívida pública emitidos pelo Estado, de modo a obter financiamento adicional quando as despesas públicas excedem as receitas) apresentam um risco muito baixo, enquanto as ações de uma empresa à beira da falência apresentam riscos substancialmente maiores.

Por esta razão, qualquer investidor poderá perder boa parte ou até mesmo todo o dinheiro investido nessa empresa, situação que não ocorrerá com o dinheiro investido nos títulos públicos (Estado). Porém, se optar pela alocação de ativos (estabelecer limites e diversificar ativos), poderá arriscar – incluindo ativos perversos – com segurança (proteção), pois minimizará o risco da sua carteira de investimentos; pela diversificação, que é a regra de ouro.

Ao investir em ativos diversos, o investidor diminuirá o impacto do resultado negativo de um único ativo em carteira. Harry Markowitz, Pai da moderna teoria dos portfólios, que estudou os efeitos do risco, da rentabilidade, da correlação e diversificação de ativos e a provável rentabilidade de uma carteira de investimentos, em 1950, já dizia que o risco de uma carteira “é menor do que a soma dos riscos individuais de cada ativo”.

Parece ser um conceito abstrato, mas, na prática, é fácil de entender: se um investidor tiver um ou outro ativo com rentabilidade negativa de 30%, por exemplo, poderá ter um rendimento positivo (total da carteira) caso tenha diversificado o seu rol de ativos, tendo em conta a definição correta do tamanho “da posição entre ativos mais arriscados (ações) e menos arriscados (MetLife, Títulos públicos)”. Lembro que o risco de uma carteira de investimentos, mesmo possuindo ativos de alto risco, poderá ser minimizado, garantindo uma rentabilidade mais sólida ao longo do tempo. Na prática, quem segue os princípios da alocação “espalha” o risco entre vários ativos.

Esta estratégia de investimento é fácil de entender, simples de praticar e ideal para alcançar ótimos resultados KISS (Keep It Simple Stupid). Ou seja: para criar e gerir uma carteira de investimentos é necessário definir a percentagem das categorias dos ativos onde se irá investir (por exemplo: 30% em títulos públicos, 20% em obrigações, 20% em ações, 20% em fundos financeiros, 10% em forex), definir quais os ativos e quanto se irá alocar a cada ativo específico.  Outra regra é estar atento à informação dada pelo Banco de Portugal e pela banca de investimentos, entre outros, e contribuir periodicamente com dinheiro para reforçar e equilibrar tal carteira.

A moeda utilizada para investir não poderá fazer falta para pagar a qualidade de vida, as necessidades do dia-a-dia (comida, habitação, saúde, educação, etc.). Deverá ser disponibilidade que, em caso de perda, não criará dificuldades económicas e financeiras à pessoa e à sua família. Qualquer investidor deverá monitorizar a sua carteira ao longo de um período preestabelecido, com o intuito de verificar se os ativos, previamente escolhidos, continuam a possuir fundamentos sólidos e se a alocação original ainda faz sentido ou se é preciso mudá-la, podendo se adicionar ou excluir ativos; pois nada é estático! O importante é monitorar a carteira de um modo simples e com uma boa dose de bom senso.

Por fim, lembro que aplicar dinheiro – regularmente – em bem-estar e saúde, em viagens tranquilas (a última que fiz foi aos Açores), e em bons livros (agora ando a ler Húmus do Raúl Brandão) também é oportuno e é um excelente investimento.

Luís Lopes

Consultor Financeiro MetLife há mais de 10 anos.

Especialista em Planos Financeiros de Proteção e Poupança.

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